População de rua na Leopoldina coloca Nunes e PT frente a frente

O caminho mais seguro para o encaminhamento de um programa de reinserção social da população de rua da Vila Leopoldina passa por um acordo entre a prefeitura e a presidência da CEAGESP – Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo , empresa do governo federal.
O Observatório Leopoldina indicou essa alternativa ao prefeito Ricardo Nunes numa visita a obras habitacionais no Jardim Humaitá três anos atrás.
Ao longo de muitas décadas, a Ceagesp ocupou indevidamente viários públicos nas transversais da Avenida Gastão Vidigal. Não há, hoje, como devolver esses espaços à municipalidade.
O que é possivel colocar à mesa de negociação é uma “permuta”: regularização das áreas ocupadas em troca da cessão de terreno de 6 metros quadrados ao lado do 91° Distrito Policial (foto) na própria Gastão Vidigal, onde hoje está instalado o Atende Leopoldina, acolhendo mais de 100 pessoas em situação de rua.
O Atende, que ocupa parte desse grande terreno, está em situação de pura insalubridade, fato reconhecido publicamente pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social – SMADS , voz da secretária Eliana Gomes.
Com 6 mil metros de área à disposição, SMADS poderia aportar na Leopoldina um grande e inédito projeto de acolhida para essa população que hoje está no Atende.
Já existiram conversas preliminares entre as partes sobre tal permuta, mas o assunto não avançou.
Se SMADS, por um lado, entende que já não é possível manter o Atende em situação de insalubridade, mas, por outro, não sabe para onde levar o equipamento, cabe à secretária Eliana acionar o colega Edson Aparecido, secretário municipal de governo, pedindo a ele que reabra negaciações com a Ceagesp.
Resta saber: em tempos de polarização política e com eleições em 2026, Nunes e diretoria da Ceagesp estariam dispostos a colocar de pé um projeto verdadeiramente social?