População de rua: a Saúde protege e nos chama a refletir

População de rua: a Saúde protege  e nos chama a refletir

Em tempos de desinformação distorções de realidades e aumento da intolerância em relação à população de rua, vem da Leopoldina um belíssimo  exemplo de  atendimento social na área da saúde pública.

Uma mulher, com pouco mais de 30 anos, grávida,  totalmente fragilizada por conta de dependência química vivendo em situação de rua nas proximidades da Ceagesp, esteve sob cuidados da equipe do Consultório de Rua, que passou a contar  com um equipe dedicada ao atendimento da Vila Leopoldina.

Com pré-natal e parto assistidos pela Saúde,  ela deu à luz uma menina, que nasceu sem nenhum comprometimento fe saúde, livre inclusive do HIV.

Final feliz? Para a bebê sim, mas,  infelizmente,  a mãe viria a falecer.

Essa história de vida e de morte, que aqui resumimos, foi  narrada em detalhes e com profunda emoção e respeito por Patrícia Ferraz, da Coordenadoria de Saúde Oeste   (Secretaria Municipal da Saúde), durante a última reunião do ano do Fórum Social Leopoldina, realizada na segunda-feira. 2

O relato comoveu a  todos que participaram da reunião e proporcionou profunda reflexão sobre o cenário da população de rua, que na Leopoldina precisa de mais atenção por parte da prefeitura, incluindo a oferta de novos serviços e  equipamentos.

Seguramente,   se não fosse a atuação da equipe Ceagesp do Consultório na Rua durante a gravidez , a bebê não estaria viva.

Falecido em 2021, o desembargador Antônio Carlos Malheiros, coordenador da Vara da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de SP e Presidente da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, dedicou boa parte de seu tempo ao voluntariado, em defesa dos mais vulneráveis, incluindo drogadictos  e moradores de rua. É dele a seguinte observação em relação ao cenário da população de rua na Leopoldina em 2008.

“A sociedade não quer ver perto de si o feio, o sujo e o mal-cheiroso. Vamos empurrando isso com a barriga, afastando-os para longe.  De repente, eles vão cair no rio poluído. Temos de ter consciência que são pessoas e precisam ser tratadas com respeito”.É tratando com total e absoluto respeito os vulneráveis que a equipe Ceagesp do Consultório na Rua segue com o seu trabalho, mostrando a todos que toda vida importa.
Parabéns Patrícia Ferraz e equipe, pelo prêmio entregue a vocês pelo Instituto Pailistano de Combate à Aids, justamente por esse caso aqui na Leopoldina.

Vocês fazem ecoar um exemplo, que precisar chegar a todos os bairros da Subprefeitura Lapa.