Os desafios de Telhada, novo subprefeito da Lapa

O prefeito Ricardo Nunes nomeou, nesta terça-feira, 25, Paulo Adriano Lopes Lucinda, Telhada, 63 anos, para exercer o cargo de subprefeito da Lapa.
Telhada, suplente de deputado federal, é coronel PM da reserva. Foi deputado estadual e vereador. Atualmente é filiado ao PP.
Já despachando no gabinete principal da Rua Guaicurus, 1000, sede da Subprefeitura Lapa, Paulo Adriano Telhada e equipe passam a lidar com cenários que exigem atenção redobrada. O Observatório Leopoldina selecionou, inicialmente, dois deles.
– Contratação de empresa para a prestação de serviços de manejo arbóreo na área por um período de 12 (doze) meses
Com uma empresa contestando judicialmente o resultado da licitação concluída pela Subprefeitura Lapa em 2024, a contratação de nova equipe de zeladoria verde espera pelo parecer final do Tribunal de Contas do Município.
Enquanto isso não ocorre, Telhada terá de buscar soluções para pelo menos minimizar o cenário de mato alto e demandas contidas de poda e remoção.
– População de rua na Leopoldina
Depois de um longo período onde a Subprefeitura Lapa tomou para si a decisão de manter o canteiro central da Gastão Vidigal livre de barracas de moradores de rua sem levar em conta o trabalho das equipes do Consultório na Rua (Secretaria da Saúde) e da Assistência Social do Município, chegando ao limite da aporofobia, ao manter no local bases fixas da Própria Sub e da GCM em horário comercial.
O resultado disso foi caótico. A população de rua saiu da Gastão e migrou para a adjacência, sobretudo a Avenida Ariovaldo Silva, onde estão concentradas, longe dos olhos da população em geral, mais de 30 barracas.
Planejamento de zeladoria em área de população de rua com esse viés de higienização é inaceitável.
Na gestão José Marcelo Costa, a Subprefeitura Lapa voltou a participar das reuniões do Fórum Social e Ambiental Leopoldina, ao mesmo tempo em que abriu diálogo com a Supervisão de Assistência Social da Lapa. As bases fixas na Gastão foram desativadas, num claro sinal de que a houve um entendimento básico: população de rua é uma questão que não pode, de maneira alguma, ser centralizada em ações da Subprefeitura no modelo zeladoria + blitz policial sob as bênçãos do Legislativo Municipal, como vinha ocorrendo na Leopoldina.
Espera-se que Paulo Telhada e equipe tenham a sensibilidade de enfrentar a questão da exclusão dos moradores de rua, a partir do diálogo com as secretarias da Assistência Social, Direitos Humanos, Habitação e Desenvolvimento Econômico e Trabalho.