Ceagesp continuará estatal, mas permanência na Leopoldina é incerta
Prossegue a defesa pela retirada da empresa estatal Ceagesp do Plano Nacional de Desestatização, algo já confirmado pelo governo Lula.
Desta vez, quem se manifesta sobre o assunto é o Instituto Fome Zero (IFZ), reconhecida entidade sem fins lucrativos que atua na promoção da segurança alimentar e nutricional no Brasil.
Em nota divulgada em sua rede social, o IFZ defende a manutenção da Ceagesp, e também da Ceasa Minas, sob controle federal. “ O Instituto Fome Zero defende a retirada imediata da Ceagesp e da Ceasaminas do Plano Nacional de Desestatização. As duas centrais devem permanecer como empresas públicas, assumindo sua função estratégica no sistema alimentar nacional. (…)
As duas maiores centrais de abastecimento do Brasil, administradas pelo Governo Federal, são essenciais para o abastecimento de alimentos de mais de 40 milhões de pessoas em 1.500 municípios. Juntas, são responsáveis por 43% do volume comercializado e por 44% do valor negociado de hortifrútis nacionalmente, e são os principais canais de escoamento da agricultura familiar”.
No entanto, a defesa de uma Ceagesp estatal não implica, necessariamente, na permanência da empresa na Leopoldina.
Basta lembrar que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é um grande entusiasta da transferência do entreposto da Avenida Gastão Vidigal para Perus.
Poucos dias antes do término do seu mandato como prefeito de São Paulo, Haddad assinou decreto criando o PIU NESP, que estabelece diretrizes urbanísticas para a implantação de um grande entreposto privado no bairro de Perus.
Se o ministro Haddad tem a mesma visão do prefeito Fernando Haddad, que planejava construir um novo bairro no gigantesco terreno da Avenida Gastão Vidigal, as chances de vermos no futuro uma Leopoldina sem Ceagesp não são pequenas.