Bosque do Alto da Lapa é a casa das aves

Bosque do Alto da Lapa é a casa das aves

O Bosque do Alto da Lapa é casa de uma diversidade de fauna e flora constituída ao logo dos anos. A área, uma das mais altas do morro da Av. Cerró Corá, serve como ponto de permanência e também de transição para as aves circularem em tempo de migração. Áreas verdes protegidas, como esse bosque, tem a função de fornecer abrigo e alimento, ou seja, frutos, flores e água disponíveis. E, muito importante, são também locais de reprodução.

Pica-pau cabeça amarela em busca de alimento no Bosque do Alto da Lapa

Os tipos de árvores do bosque também podem determinar as espécies que nele se alimentam e habitam. As aves tem sua preferência e, quando existe um variado cardápio alimentar disponível, de frutas a insetos, é também a garantia de sua vida naquele lugar.

A diversidade das aves, cujas espécies podem ser residentes ou migratórias, nativas ou introduzidas, está também ligada as àreas verdes da cidade onde praças, parques e maciços são corredores verdes estabelecidos na cidade, que permitem a circulação entre a Serra da Cantareira e a Serra do Mar,

Conversando com o biólogo e professor de ecologia Paulo R. Guimarães Jr., que faz avistamento das aves da região no site Aves da Leopoldina, nos explicou que a movimentação de terra muda muito na rotina das aves. “Algumas aves mais tímidas fogem ao primeiro sinal de pertubação. Mesmo as aves mais resistentes também vão procurar refúgio em outras áreas verdes próximas, mas para muitas dessas aves é muito difícil o deslocamento por conta do tipo de alimentação (insetos) e a chance de dar errada é alta por conta dos predadores”.

Em um vídeo gravado pelo Observatório, da moradora Regina que diariamente suplementa a alimentação das aves, Paulo identificou os piriquitos ricos (mais conhecidos como maritacas) e duas espécies de Rolinhas (Roxa e Avoante) .

Vizinha suplementa a alimentação das aves diariamente, uma relação de cuidado e amor.

As árvores, entre elas, abacateiros, jabuticabeiras, jambolões, amoreiras, acerola, nespereira, pitangueira, uvaia, cereja do Rio Grande, aroeiras e jerivás alimentam muito bem os sabiás, sanhaços, saíras, tico-ticos e espécies ainda não identificadas ali. E, ainda que tenham no bosque espécies exóticas, elas não recusam o serviço ainda que prefiram os frutos nacionais.

A retirada da cobertura de solo, das hebáceas e dos arbustos, com movimento de escavadeiras, caminhões e trabalho na area do bosque, são um alerta para as aves e a fauna que ali vivem, que se a mobilização da sociedade civil não estivesse em andamento, eles já teriam sido despejados.