
Minicracolândia na Leopoldina: problema muito além da zeladoria.
No encontro Super Fórum, promovido na segunda-feira, 26, pelo Fórum Social e Ambiental Leopoldina, a Secretaria Municipal da Saúde, a partir de levantamentos recentes feitos pelas equipes do programa Consultório na Rua, indica deque nas avenidas Gastão Vidigal, Queiroz Filho e Manuel Bandeira 307 pessoas, a maior parte delas vivendo em situação de rua, fazem uso de drogas (crack, K9, cocaína, maconha e álcool).
“São abordagens em cenas de uso feitas há quinze dias”, explicou Patrícia Patrícia Ferraz, do núcleo de Atenção Básica da Coordenadoria de Saúde Oeste.
Na Avenida Gastão Vidigal, as equipes do Consultório na Rua registram 145 pessoas em cenas abertas de uso. Na avenida Manoel Bandeira eram 90 pessoas nessa situação e na Avenida Ariovaldo Silva outras 72.
Chamou a atenção, nos números apresentados, a disseminação do K9 uma maconha sintética, cem vezes mais potente que a maconha natural. O uso contínuo dessa droga
O uso contínuo da K9 pode levar a danos cerebrais irreversíveis, afetando cognição e equilíbrio emocional. Pelo levantamento do Consultório na Rua, 27 pessoas utilizavam essa droga devastadora.
Como se vê, o quadro de dependência química na região da Ceagesp é gravíssimo. Como este Observatório defende, desde sua criação em 2015, todas as questões envolvendo população de rua na Leopoldina precisam ser avaliadas além da necessária ação de zeladoria.
Enquanto perdurar o entendimento de que basta apenas organizar mutirão de zeladoria acompanhado de blitz policial para resolver o problema da minicracolândia na Leopoldina, estaremos não só enxugando gelo permanentemente e gastando dinheiro público sem resultado algum , mas também, e sobretudo, empurrando para o abismo centenas de pessoas.
A Leopoldina precisa de um programa estruturante envolvendo Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social – SMADS , Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo , Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho , Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo e Secretaria Municipal das Subprefeituras – SMSUB , além das pastas sociais do Governo do Estado de São Paulo, diretoria da CEAGESP – Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo, iniciativa privada (grandes empresas com sede na região da Gastão Vidigal e imediações), Terceiro Setor, sociedade civil e igrejas.