Duas semanas e os galhos continuam ali
A árvore frondosa perdeu um galho em dia de chuva. Todos se assustaram. Os galhos ficaram no chão, cruzando a rua, até que alguém os picou e levou para a praça, talvez para ajudar a senhora moradora da casa. Talvez pensando que alguém passaria ali e daria um jeito neles… quem sabe a subprefeitura passasse e os visse… ou talvez fossem úteis de algum modo.
Na calçada da vizinha, uma senhora dedicada, as rosas entorno da árvore e um lindo jardim demonstram isso. Restou ali uma outra parte, tronco rachado evidenciando-o todo comido por dentro. Uma amiga logo percebeu que o risco era perder a árvore toda. Não deu outra, na próxima chuva o outro galho também caiu.
De uma semana para outra uma delas se foi, mas ficou ali, se desintegrando aos poucos, torturando a todos com pensamentos das injustiça que é ser uma árvore linda que não tem o cuidado adequado e ainda vira aquela coisa jogada na rua que faz todos pensarem “nunca vou ter árvore na minha calçada porque elas caem”.
Quem passar hoje na rua Manuel Bolto e na Praça Almir Ballestero, ainda vai ver seus galhos no chão e um troco corroído em pé, como se esperasse outra ventania para trazer de volta seus galhos e copa, colados e ter de volta sua seiva.