Bosque histórico no Alto da Lapa é vendido

Bosque histórico no Alto da Lapa é vendido

A área verde da Rua Pio XI, a direita de quem vai em sentido a Av. Cerro Corá, foi vendida em maio pelo Inspetoria àSalesianos à Incorporadora Tegra. A negociação foi fechada em maio, após diversas tratativas. A instituição religiosa disse que foi um longo tempo de negociações que partiu do interesse constante das empresas do ramo imobiliário.

O terreno em questão é a área do Seminário, que será mantido com suas edificações. A divisão do lote, o desmembramento do terreno, permitu a venda da area onde está um ginásio e um bosque de área verde significativa e permeável. Mesmo sendo area privada o bosque faz parte do estoque ambiental da região e já contou com alguns decretos de proteção ambiental um deles 1989 (30.443 de 20 de setembro de 1989) que decaiu com decreto posterior de 1994 e as novas legislações. Mesmo sem a proteção da lei, a área é uma importante reserva e espaço para a biodiversidade local e coleta de água no solo permeável.

O quarteirão é lindeiro da City Lapa, bairro tombado e que há anos luta para manter suas características. As ruas próximas ao longo do ano foram perdendo suas casas para edifícios cada vez mais altos. Os triângulos verdes da City (aparecem no mapa) são a conexão que a fauna usa para circular pelo bairro. Na mobilização estavam presentes, além dos vizinhos, conselheiros de Saúde, Meio Ambiente, representantes das associações de bairro, movimentos de preservação vizinhos que trocaram experiências de ativismo com o grupo.

Os moradores do entorno estão se mobilizando para fazer o enfrentamento e manter o bosque. Ainda que não fosse aberto a sensação afetiva era de que os “Salesianos a protegeriam”, comenta Leonardo Meirigue, um dos vizinhos engajados, na conversa com o representante dos Salesianos que recebeu o grupo após o ato em frente ao Seminário (21/08). A decisão de venda, segundo ele, foi longamente avaliada e decidida pela gestão do instituto.

Lotes do quarteirão que tem o Seminário dos Salesianos e o Bosque que a comunidade quer proteger. Imagem GeoSampa/Ligia Rocha