Secretária de Direitos Humanos fala sobre PL contra povo de rua

Secretária de Direitos Humanos fala sobre PL contra povo de rua

Vem de Soninha Francine, secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania um posicionamento bem claro sobre a aprovação pela Câmara Municipal de São Paulo, em primeira discussão, do Projeto de Lei que, impondo multa de R$ 17 mil para quem distribuir refeições à população de rua sem se a ater a inúmeras normas que, na prática inviabilizam a oferta de comida a esse público vulnerável.

Sobre esse projeto desumano, é assim que a secretária de Direitos Humanos se pronuncia em sua rede social.

“A Câmara Municipal aprovou, em 1ª votação, o Projeto de Lei do vereador Rubinho Nunes estabelecendo regras para quem distribui refeições na rua, tipo ‘Apresentação de documento atualizado com informações sobre o quadro administrativo da entidade, com nomes e cargos dos membros e as devidas comprovações de identidade; Cadastro das pessoas em situação de vulnerabilidade social e informações atualizadas SMADS

Conhecendo a Câmara Municipal, eu DUVIDO que esse projeto passe em segunda votação. As vereadoras e vereadores podem ser até mais tolerantes na votação em primeira, mas pra passar em segunda a régua é outra.

A parte da entrega de comida na rua por voluntários que me incomoda é o lixo que fica (restos de comida, embalagens abandonadas). Há organizações que levam vassoura, pá e saco de lixo e mobilizam os próprios beneficiários pra deixar o lugar melhor até do que estava antes. Mas gente, é um ato generoso, milenar até, que não pode ser condicionado a apresentar os documentos dos diretores da entidade sob pena de multa (elevada!).

Sem falar que muitas entregas não são por uma entidade, mas por grupos de amigos, vizinhos, voluntários ligados a uma entidade religiosa (de tudo quanto é denominação!).

Repito: não passa em segunda (votacão)”.